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Mensagem por cebola Sáb Jan 31, 2009 11:00 am

Dicas sobre térmicas, planadores , construção e setup geral
Por Antônio Carlos Martins (Cebola)
Muita gente me pede para dar umas dicas sobre planadores e o reboque com Hi Start. Vai lá!

Dica básica - Planador é movido a peso, ou seja, gravidade é a força que faz um planador voar. Planador muito leve não penetra, voa num Reynolds baixo e afunda muito.
Quando você quiser um bom planador faça seu próprio projeto, Kit não conheço nenhum que valha o quanto custa.
Algumas regras básicas para você fazer um projeto
Corda da asa, nunca faça abaixo de 20cms exceto nas pontas, a razão é que você não terá um número de Reynolds aceitável, e acho que entre 25 e 20cms é possível obter coisa boa.
Alongamento, ou seja, o quanto a asa é comprida, acho que entre 10 e 4 existe vida, para calcular você divide a envergadura pela corda média. Assim um planador de 150cm de asa e 20cms de corda dará um alongamento ao redor de sete que me parece bom. lógico que dentro disto você pode brincar e colocar uns 25cms de corda na raiz e uns 15cms de corda na ponta.
Perfil, não faça coisa complicada, acho que um bordo de fuga não necessariamente deve acabar em zero, eu uso 1mm, nunca menos;
Longarina, aí você deve caprichar, ainda o spruce ou o freijó são imbatíveis.Sempre faça as gavetas, ou webbings. Tenho tido boas referencias inclusive práticas do S4083 que você acha no Profili.

Agora a fuselagem
Regra básica faça um modelo longo, ou seja, uma corda de asa como nariz, e pelo menos duas cordas e meia entre a asa e o estabilizador. Sempre faça cauda leve, pricipalmente leme e estabilizador. Minhas caudas favoritas são cauda em Cruz e cauda em Vê. Normalmente sem perfil definido e quando muito simétrico, ou seja, tipo Naca0006 no leme e estabilizador, mas no início, acho que cauda plana ainda rola. Sempre faça o nariz extra resistente e busque linhas fuseladas. Note que fuselagem gordinha também funciona e não causa tanto arrasto, veja os OLD TIMERS, que são sempre gordinhos e voam muito.



Muito cuidado com o boom de cauda, tem muita gente encantada com varas de carbono. Porém estas varas custam caro e quase sempre são mistas de carbono e fibra de vidro. Facilmente você será ludibriado por um pedaço de vara flexível que o vendedor jura ser de carbono, mas é coisa barata vendida caro. Existe o galho de continuidade aerodinâmica entre a frente e o boom e quase sempre sai é porcaria. Faça uma fuselagem "sinfônica", lisa e escultural, dispense materiais alternativos e faça um nariz bem duro. Nunca esqueça o barato saí caro.

Porcarias que pesam e muito, cuidado com elas:

Push Rods de arame, note que para cada grama, você tem que colocar três no nariz para contrabalançar.
Horns com porca e clevis, de arame grosso. Idem acima.
Bequilhas.

Entelagem
Isto é particular, mas eu prefiro o Super Monokote. Uma razão? Porque é super firme e fornece um bom amortecimento estrutural, além de ficar lindo.

Rádio RX e setup geral
Sempre coloco servos, bateria e Rx no nariz, não economize peso de servo, para depois colocar uma bolota de chumbo no nariz, servo full ainda é uma boa, assim como receptor full (este exigível para quem voa alto).
Como ponto de partida conceba algo onde a asa pese 1/2 do peso da fuselagem instalada, planador de asa pesada não voa direito.
Faça as pontas de asa leves e sempre com uns 2 ° de wash out (torção do BF para cima). Isto você consegue na entelagem torcendo a asa e esticando o Monokote.
CG, este ponto é fissura de todo mundo, mas se guie pela longarina que quase sempre ficará á uns 35% da corda. Como ponto de partida já é uma boa. Pessoalmente em meus modelos eu já construo pensando em equilibrar o modelo com o rádio. E... Dificilmente erro.

Gancho de reboque
Acho que 0,5° para frente do Cg já garante uma boa subida, meus modelos eu coloco exatamente sob o CG ou 0,5° para trás, isto garante uma empinada legal desde que você inicie a subida com um bom arremesso e o TX picado no Trim.
Testes preliminares
Planeio de mão-esta é a maneira mais fácil de você transformar seu modelo em cacos, mormente se você tiver a súbita vontade de fazer uma curva.

Vá direto ao hi start, assim você ainda tem tempo de consertar algumas besteiras.

Uma coisa que gosto é colocar o modelo na mão e contra o vento e sentir que ele está voando. Este para mim ainda é o melhor teste. Mas nunca solte o modelo.

A figura abaixo mostra o tipo de gancho que uso e sua posição.



Voando, ou caçando Térmicas
Primeiro detalhe importante: tenha um bom campo.

Inicie sempre com modelos ao redor de 2,50ms de envergadura, são mais fáceis de voar.

Fazendo o Hi-Start
Gosto de um diâmetro de 5/16 ou 3/8" para a borracha, que quase sempre é um tubo cirúrgico de látex. Uma boa relação é 30 metros de borracha e 100 metros de linha #0,80 monofilamento de Nylon.

Sempre coloque uma bandeira na frente do planador e longe suficiente para não enroscar no nariz

Esta borracha vem em pedaços de 15 metros e gosto de fazer a emenda com um pino de madeira redondo de uns 6 cms que fica espetado dentro do tubo com um pouco de CA.

Para o primeiro vôo, pressupondo que sua as tenha boa resistência eu estico até uns 4 quilos dependendo do vento. Algo assim vento forte estico menos uns 3 quilos e vento parado uns 5 ou 6 quilos para ter um empuxo que de fato faça o planador subir.

Um bom teste para asas é colocar o modelo apoiado nelas e adicionar umas 3 vezes o peso dele, mas note; nunca apoiado nas pontas, algo como nos 2/3 a partir da fuselagem.

A asa vai fletir, mas não pode quebrar. Note que se quebrar, melhor assim que no ar.

Bem.... pista livre, sem gente perambulando perto da linha, você dá um bom arremesso no modelo sempre para cima a uns 45°.

O modelo tenderá a subir quase vertical e você dá um pouco de trim para baixo e sempre! esperto no leme, para o caso de uma entrada para o lado.

Se esta entrada acontecer, pique e dê leme ao contrário. (talvez seja por isto que gosto de gancho preso).

Nunca deixe o modelo chegar no topo do Hi Start, quase lá dê uma picada forte para aproveitar o empuxo do Hi Start e cabre a seguir de formas a colocar o modelo na vertical nariz para cima. Isto chamamos de zoom e você ganha uns 30 % de altura.

Se você conseguiu sair sem estolar, voa em frente e em dias nublados, busque buracos claros nas nuvens . São as térmicas.

Com certeza seu modelo irá estolar ao encontrar uma, mas trata-se do vento relativo que vem de baixo e causa um ângulo de ataque elevado. Pique antes se antecipe ao planador, não deixe acontecer, voe com ele.

Bem.... Seu modelo deu uma bela subida, o que fazer?

Se existe vento forte, fique em uma figura 8 sempre aproando o vento marque de ficar sempre no buraco claro. Se o vento está fraco, veja de onde saiu a térmica, quase sempre casas árvores, avenidas são uma boa maternidade de térmicas. Aí você pode curvar, mas sempre de raio bem aberto, até acertar o centro da térmica ou o lugar de melhor subida.

Bom.... O modelo subiu demais o que fazer?

Pare de fazer curvas, mantenha a cabeça calma e busque um lugar onde haja descendentes.

Mas não existem?

Coloco o modelo em espiral, sempre governando a velocidade, isto você faz dando leme e não cabrando ou cabrando pouco.

Mas uma coisa é mais importante de tudo.

Voe e muito, só assim você vai entender um pouco de aeromodelismo e sua relação com a natureza.

Qual será um bom modelo para iniciar?
Logo de saída algo sem aileron, aileron em planador de térmicas é maquina de fazer arrasto.

É quase impossível você coordenar leme e aileron numa curva. você vai dizer que existem mixers né!

Errado!!, uma mixagem funciona para uma determinada velocidade, e quase sempre variaçõs de velocidade é o que mais acontece.

Dentre meus favoritos a partir de plantas gosto destes modelos, verdade que são da década de 80, mas ainda são os que funcionam:

Bird of Time, excelente modelo para iniciar, voa com 2 canais e é um supertermiqueiro.
Paragon, fácil de construir é o DC3 dos planadores.
Drifter, forte e fácil de montar, aguenta muito tranco!!
Sailaire (o grande) plana muito é um drifter grande.
Saggita 900, Grande planador, mas muuuuito trabalhoso.
Mas se você for monta-los não altere nada, se não com certeza sairá pior que o paradigma!


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Mensagem por cebola Sáb Jan 31, 2009 11:01 am

Dos meus projetos, gosto muito dos Fragatas e de um especial que é uma emulação do Buble Dancer. Mas tenho e já fiz muita coisa, de alta tecnologia (sharom e por aí vai) até os FDQ (fundo de quintal) que nunca deixaram ninguém na mão.

Todos estes modelos são grandões com asas ao redor de 2,50 até 3,00ms

Se você quizer algo sobre este assunto me avise.

Planador leve, tem desvantagem em dia de vento, falta uma espécie de inércia, e o planador não avança contra o vento.

Neste negócio, mais vale um servo forte e pesado, que um servo levinho, fraco e um monte de bolotas de chumbo!

Logicamente se aplica para planadores King Size.

Note que não é contra o vento que estão as térmicas (mas quase sempre), uma boa razão é que sempre colocamos nosso hi start num gramado, e quase sempre além dele, existem ruas, prédios, árvores e por aí vai. Também por uma questão de segurança. Afinal "descer" o vento significa ter que enfrenta-lo novamente, agora numa condição pouco legal, quase sempre baixo e quase sempre com poucas alternativas uma vez que um planador que se preze não tem motor. Se tiver motor, aí não é planador, não chega a ser avião e tampouco planador. É como veleiro com motor de popa, não chega a ser lancha e deixa de ser veleiro.

De fato, atualmente estou reconsiderando um retorno aos planadores, afinal de tudo o que fiz em aeromodelismo, estes modelos são a única coisa que a pilotagem não se torna chata, talvez por existir um desafio que é ficar no ar.

Este desafio é incontestável, ou seja ficou voando é apenas por mérito seu, desceu sua falha.

Não é um prêmio virtual, num jogo que você reseta, é uma conquista de fato, uma conquista pessoal rumo ao pouco conhecido.

Talvez daí o fascinio dos planadores.

Um bom conselho, voe e muito, só assim você irá dosar e entender um pouca de sua criação, seu modelo.

Garanto que ele tem muitas coisas que você não conhece, e todas muito boas.

Dentro da idéia de falar de planadores, agora um pouco sobre a construção.
Regra básica-Seja ortodoxo seja conservador sobre materiais, projetos e montagem.

1° Grande escolha, a balsa ou as balsas.

Nunca compre balsa de pacote fechado, é fria!! O vendedor faz um lindo pacote com duas lindas chapas por fora e....Dentro só tranqueira. Escolha chapa a chapa, dentro dos seguintes critérios:

Asa
Nervura, use balsa quarter grain, de compleição média/dura, sempre e como um mínimo de 3/32 de espessura. Para cortar as nervuras eu faço um printer do Profili e colo num papelão tipo Paraná, corto e passo Bonder no verso. Depois dou uma lixada para ter um "certo" acabamento.
Bordo de fuga, acho que 3/16X1" é meio universal, se você puder achar pronto, melhor, se não, plaine, mas tomando o cuidado de não afinar para menos de 1mm na saída. Logicamente uso balsa duríssima na raiz, indo para leve/resistente nas pontas.
Bordo de ataque, se a asa for curva, monte com várias lâminas de balsa de 3/32, tendo o capricho de colocar uma chapinha de pinho ou Spruce na folha da frente do BA.
Longarinas, aí se brinca pouco, eu gosto de umas varetas caríssimas da Aerobrás chamadas Hinoki. Como nunca tem na medida, gosto de fazer longarina composta .
Webbings ou gavetas, na raiz faço de compensado de 1/16, mormente no engate do pino da asa (junção), de resto vou decrescendo a dureza da balsa até coisa bem leve. Note que estas gavetas devem ter sempre o sentido do veio transversal a longarina.
Chapeados, sempre com balsa normal, média dureza e que tenha veios ao longo do comprimento, para você poder contornar o perfil. Nunca esqueça de lixar antes de chapear, até inclusive, acabamento final. Lixar asa já chapeada é fazer montes de pontos frágeis na construção, uma vez que a lixa "cava" a chapa onde ficam as nervuras.
Reforços, gosto de colocar pequenos triângulos de balsa com veio transversal, para aumentar a rigidez do BF, são sempre de balsa de 3/32 de média dureza.

Fuselagem
Uma boa dica é construir de varetas de 3/16 quadradas e muito duras. No nariz uma chapa de 3/16 e reforçada com compensado de 0,8mm até o BF da asa, o boom eu faço de varetas e vez ou outra coloco um chapeado. Fazer uma fuselagem com boom de secção triangular é uma ótima, tanto que em meu novo modelo assim será. Reforçar a construção com fibra de carbono, principalmente no Boom é também bastante salutar. Mas....Use balsa dura em tudo.


Última edição por cebola em Sáb Jan 31, 2009 11:10 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por cebola Sáb Jan 31, 2009 11:03 am

Grupo de cauda
Uma verdade: faça sempre leve!

Quanto às balsas, os retalhos da asa, com balsa firme e sempre que possível quarter grain.

Para deixar leve, firme e resistente, use estruturas triangulares de balsa:


Comandos
Aí reside o perigo!!! Fazer comandos "coxas" com araminho de 0,8 dá besteira, faça sempre o velho push rod de balsa e coloque arames finos de 1mm, mas sempre curtos.

Horns
Para que colocar horn parafusado? Só serve par aumentar peso e de graça, faça com compensado de 1/16 e colados com CA média.

Se você é um cara caprichoso, faça os furos do horn com o próprio arame da lincagem. Isto deixará o encaixe perfeito, sem folgas.

Adesivos
Sempre uso o Ciano acrilato fino (vermelho ou rosa), ou seja, armo todo o modelo e passo o CA sobre as juntas, se for na asa, dou uma costurada sobre, com cola branca de PVC (nunca PVA-lavável) . Para tubos de junção de asa, o epóxi da Pacer (Zap) é imbatível.

Outras dicas Corte sempre o Kit inteiro, capriche neste corte, pois o resultado final dependerá muito da qualidade de seu trabalho. Nunca aplique CA em excesso, não ajuda e só atrapalha.

Lixas
NUNCA COMPRE LIXA PORCARIA!!!

Existem lixas da 3M, prateadas que são sensacionais e duram uma eternidade.

Inicie o desbaste com uma lixa #80, uma vez na forma, alise com uma lixa #150 e depois com uma #280 ou 320. Sei que os produtos da #m são complicados de se achar, mas na falta veja as lixas da Norton.

Entelagem
Bem..... A isto eu chamo de acabamento ou finalização.

Não invente, use o material já manjado, nesta hora invenção dá bobagem e você acaba perdendo tudo, por causa de material porcaria.

Particularmente e como já disse, gosto do Super Monokote, mas o Oracover, a seda, ou os Mica filmes são ótimos.

Modelo pintado?
Sai desta, modelo pintado é modelo pesado, e acho que seu negócio é voar né!

A menos que você pinte e seja extremamente criterioso com as tintas, a base e a massa.

Mas não esquecer, planador não tem roda e planador esfola, assim o retoque é mais um trabalho árduo e com poucas motivações gerais.

Regulagens
Dentro das dicas que gostaria de passar, aí vem a tal regulagem.

Seu modelo ficou pronto e agora é hora de voar, aí se iniciam os galhos, certo?

Errado, se você fez as coisas com critério, não inventou e nem subverteu a construção com atalhos e quebra galho, este é o momento da recompensa.

Primeira verdade, cada modelo para sua finalidade, e como estou falando de termiqueiros, pressuponho campo gramado. Voar em colina com planador de térmica e ainda mais novo é total suicídio, Como também formas exóticas de subir são conspurcar todo um longo trabalho.

Exemplo de formas exóticas:

Reboque por aviões a motor, quase sempre acaba em lenha.
Colocar motorzinho a glow sobre a asa, lembre-se do início deste post, não vira avião e deixa de ser planador.
Planeio de mão radical (jogar o modelo no primeiro vôo para cima) é certeza de lenha.
Vamos por partes, seu modelo ficou pronto e você vai voá-lo pela primeira vez:

Se for também seu primeiro vôo, não tente fazê-lo sozinho, busque alguém de planador.

Se você já voa, faça um check list e escreva:

Posição do gancho em relação ao CG
Posição do CG (inicie com 35%).
Curso de comandos coloque uns 15° de profundor e uns 30° de leme.
Se você tem rádio programável, comece com exponencial em tudo, de formas a descensibilizar as respostas.
Cheque alcance do rádio veja se não há nada invertido, veja se não existem freqüências similares, e antes de voar observe o vento, e também a existência de térmicas.

Para saber sobre térmicas:
Veja se existem urubus na região, se voam batendo asa se sobem e como sobem.

Note que uma térmica é precedida por um vento quente, se estiver num dia quente e venta frio é descendente.

Note o capim a barla do modelo, se estiver penteando com o vento na sua direção, é tempo parado, se o capim pentear contra o vento é que existe uma térmica lá.

Bem, acho que chegou a hora, vamos voar.
Se tiver alguém com experiência próximo, peça ajuda para lançar o modelo num Hi Start, dê uma certa pressão algo que você tenha certeza que vai levar o planador para cima e não quebrar as asas e nem estolar no cabo.

Lance o modelo e se sua tendência for subir vertical ameniza com uma leve picada.

No topo do cabo, desligue e nesta fase de regulagem faça uma curva à esquerda, e outra para a direita. Se perto do estol a asa cair, significa que você necessitará de mais wash out.

Se o modelo curva redondinho vá diminuindo a velocidade até o estol e sinta quando e como ele acontece.

Busque ao longo dos vôos, compreender o envelope de seu modelo, ou seja, quando sobe melhor, quando curva melhor ou o quanto você pode picar sem ter flutter ou demasiado “G”.

Cheque e sempre anote a última regulagem que você fez.

Nunca faça mais de ama alteração por vez, se for falta de wash out, faça-o, mas não mude o CG ou o curso de leme ou profundor,

Neste negócio de planador, às vezes você pode demorar meses até tirar tudo de seu modelo, ou mesmo modificá-lo até que você tenha certeza que tirou tudo.

Neste momento, e com este grande laboratório que é voar seu modelo, talvez seja hora de iniciar um novo modelo.

Espero que estes posts ajudem a alguém que goste de fato do vôo planado, são apenas dicas e não verdades. Qualquer coisa me escrevam.

Dicas sobre geometria geral e outros aspéctos
Para ter um bom rendimento de seus modelos, você necessitará de maleabilidade de vôo, ou seja, capacidade de manobrar bem. De fato isto é muito mais importante que planeio ou mínimo afundamento.

Vejamos a natureza; um Urubu tem pífio 1:17 de planeio, ou seja, plana mal. Porém tem uma tremenda manobrabilidade, favorecida por enflexamento, perfil, assimetria, Tilt na cauda e montes de trecos que o fazem pousar parado numa árvore ou decolar sem necessitar de pista.

Isto eu chamo de alta manobrabilidade.

Num modelo, alguns pontos favorecem este aspecto, são eles:

Extremidades leves, um modelo tem quatro pontas que devem ser leves, nariz, pontas das duas asas e cauda. Este aspecto não cria inércia de comando e a recuperação de estol e alteração no lado da curva se torna muito fácil.
Wash out e wash in, das asas, isto você detecta quando ao entrar numa curva o modelo caí de asa, A solução, dar calor e trazer a asa para onde você quiser empenando-a de propósito.
Curso de leme, colocando o mínimo para que o modelo obedeça, mas sem abusar, pois o leme é uma pá que causa muito arrasto.
Adição de turbuladores, podem ser feitos até com fio de linha de pesca a uns 2 cms do BA, em caráter experimental, estes turbuladores retardam o estol e podem até melhorar o planeio. Vejo muita gente resistir a colocá-los, mas como são presos com fita, podem ser removidos se maiores galhos. É mais uma questão de cabeça aberta que “sujar” a asa com trecos.
Algumas dicas outras, para ter certeza que seu trabalho será bem sucedido:

Entelagem: quando eu utilizo o Monokote, após entelar coloco as coisas no sol, para que todos os defeitos apareçam, normalmente fica tudo cheio de rugas e bolhas. Daí dá uma reesticada colocando um wash Out presumido. Este poderá ser alterado a partir das características do modelo.
Adornos fitinhas e outros: se você gosta de emperiquitar seu modelo, nada contra, mas coloque os adereços depois de acertar tudo e ter o modelo todo trimado voando redondinho. Uma razão? Se você colocar fitinhas etc, se tiver que reesticar o Monokote ou similar esta vão ficar tortinhas como uma cobra. Ou poderão descolar com o calor.
Pesos e contrapesos - Nunca esqueçam que modelo levemente pesado de cauda, ainda é salutar, ruim mesmo é pesado de nariz, adicionar lastro na cauda é ofensa grave ao seu modelo, e garantia de aumentar a inércia numa batida ou capotada. Neste caso diminua a bateria o RX ou realoque os servos.
Modelo torto, modelo bonito - A verdade é uma só, modelo bonito não voa!!!! Ou melhor, a pressa passa e a cagada fica. Os melhores modelos que conheci são velhos, tortos e todo malhados. Não sei o porque, modelo novo voa mal, só fica bom depois de algumas lenhas ou empenadas e desempenadas.
Geometria da cauda
Este é um fato que atribuo a vaidade do projetista, mas algumas caudas não funcionam mesmo. São elas:

Cauda em “T”, além de gerar um momento torsor enorme na fuselagem, esta bandida fica totalmente ineficiente, quando você está com um ângulo de taque muito grande, a explicação é que a asa manda uma sombra aerodinâmica na cauda e no momento que você mais necessita dela.
Cauda em “V” errada, muita gente insiste em colocar os malfadados 110° na empenagem. Nos planadores grandes o critério é muito simples, você coloca a altura de leme desejado, o tamanho de estabilizador desejado e simplesmente faz a projeção. O Salto, o SB5 e outros tem algo entre 85° até 95°, ou seja, ângulo fechado, mais leme, menos profundor, ângulo aberto, mais profundor e menos leme. Um aspecto importante na cauda em “V” é um certo diferencial para o leme, ou seja, os comandos não necessariamente devem se mover na mesma quantidade para cada lado.
Cauda convencional na altura da fuselagem, esta sim fica exatamente no remou da asa, ou seja, vive na sombra, ou faz estabilizador alto como cauda em Cruz ou muito baixa, às vezes até abaixo da fuselagem, como nos indoor de última geração. Mas... Não esquecendo a praticidade do pouso.
Outros comandos
Spoiler - Quase sempre não fecha bem, e quando abre é um Deus nos acuda, ou faz sombra na cauda ou não faz nada, só suja a asa o tempo todo. Na dúvida não os coloque.
Flap - Não serve para subir no Hi start, enfraquece a asa, e se não for muuuuito bem feito, apenas serve para destruir o perfil (aliás, sempre destrói). Nos modelos F3J, são usados de forma errada acoplados com aileron, ou seja, o cara coloca flap a 85° e ainda quer ter aileron. Na minha maneira de pensar, flap pode descer no máximo até 20° se você o tiver acoplado com aileron. Pode até ser uns 3° negativos, mas nada que um cara que pilote bem não resolva e possa ficar sem.
Aileron - Como já diz o Drela, serve para iniciar curva, mantê-lo funcionando o tempo todo, só serve para destruir perfil em ambas as asas, uma por excesso de sustentação positiva e arrasto e noutra por excesso de sustentação negativa. Ainda segundo o Drela, o aileron deve ser usado para apoiar uma curva, mas a predominância de uso deve ser sempre do leme.
Buterfly ou Crow - Quase sempre uma bela encrenca, como se já não bastasse pegar térmicas, ter um modelo, manobrável, leve e forte, você ainda tem que se preocupar com a reação de um treco que se usa muito pouco. E quando se usa, quase sempre torna seu modelo imprevisível.
Acho de fato que o Butterfly deve ser usado em competição, mas com outro tipo de planador, que com certeza não é montado em fundo de quintal como os nossos, aí vale tudo, aileron, spoiler, cauda em “T”.
Mas.... Eu nunca compraria um. Adoro meus modelos e a liberdade de criá-los e voá-los.


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Última edição por cebola em Sáb Jan 31, 2009 11:11 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por cebola Sáb Jan 31, 2009 11:05 am

Bom...

Espero ter tarzido alguma luz no escuro.

Este tópico já foi publicado e republicado, mas é uma forma de contribuir com o novo forum daqui.

qq coisa me falem.

Cebola
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